Quinta-feira, 3 de Março de 2005

MULHERES SOB ESCUTA

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Ao Telefone

Dizes isso porque não é contigo... eu queria ver, se o Paulo te fizesse o mesmo. Não quê? Essa é boa! E tu não achas que eu já tentei? Não adianta amiga, ele não entende... é uma cena dele. Não vale a pena, e além disso eu já sei como ele é. Vai ficar triste, e andar aí a chorar pelos cantos. E eu, sinceramente, não tenho paciência. Não tenho pachorra e não quero!

Mas como Andreia, como? Eu não estou a dizer que vou fazer isso! Estou apenas a dizer, que vou ter que fazer alguma coisa... agora o quê, ainda não sei. Digo-te mais, até não é só isso... Aliás, é bem mais do que isso.

Não querida, não estou a ser exagerada! É muita coisa ao mesmo tempo, que eu tenho vindo a encher... e a encher. Opá, mas é mesmo assim. Eu sou assim, e se não faço nada, vai ser bem pior. Tu já me conheces, e sabes como eu sou.

Há uma altura que rebento e não aguento mais.

Queres ouvir uma boa... eu conto-te. Numa noite destas, estávamos deitados e eu comecei a meter-me com ele. A meter-me, no sentido de me estar a fazer a ele... queria sexo, entendes? Sabes o que é que ele me disse? Nem te passa pela cabeça... disse-me que não, porque eu estava com o período. Olha, caiu-me tudo... só te digo.

Não quê... mas tu és doida ou estás a gozar comigo? Então tu achas normal, ele saber exactamente quando me vem o período, e ter o desplante de me dizer que não podemos fazer amor? Ainda por cima, com um ar de repreensão... que só me apeteceu dar-lhe um murro no focinho. Não falo assim, não! Achas normal isto... eu não acho!

É que ele, é assim com tudo... sempre com aquelas merdas dele, de que já estou farta e que já me metem nojo. Sabes que ele só me faz sexo oral, se eu tiver tomado banho, ou estiver limpinha como ele diz?

Achas normal ele dizer estas merdas?

E eu, estúpida, nem tenho coragem de lhe dizer: que ele nem sabe fazer um minete como deve ser. Mas o que é que a higiene tem a ver… dá-me ideia que tem nojo de mim, quando ele é que é um mete-nojo que ali anda.

Digo-te Andreia. não tenho mais pachorra, nem quero ter mais calma do que aquela que tenho tido. Ou alguma coisa muda, ou é melhor parar... nem que seja para pensar, se vale mesmo a pena continuar com esta merda. Porque assim não dá... definitivamente, não dá!

Eu gosto dele, tu sabes que sim... Mas há certas coisas que não me encaixam... até pode ser de mim, mas lá no fundo, eu sei que é mais qualquer coisa. Ele é muito previsível, cheio de rotinas e tudo tem de ser assim... muito certinho. Porque senão o menino fica logo espantado, e depois põe-se logo com aquele ar: que eu detesto!

Detesto quando ele me olha daquela maneira... parece um puto contrariado. Só lhe falta fazer beicinho... aliás, ele faz beicinho e ainda por cima amua. E depois são as outras coisas: tem de estar tudo no lugar; não vamos discutir; porque é que eu embirro com ele e mais não-sei-o-quê...

Entendes o que quero dizer?

Oh amiga, põe-te um pouco no meu lugar. Não achas que tenho razão? Que... o que é demais enjoa? Não, porque falar é fácil e não és tu que vives nisto... isso é tudo muito bonito, mas para quem está de fora.

Dizer que me ama, e que sou tudo para ele e essa treta toda... não é suficiente. Então e o resto... tu sabes como eu sou. Preciso de agitação, de fazer outras coisas, de sair daquela rotina... sei lá. Não me dá pica... nunca me deu. Sabe Deus como ele me tira toda a tesão… quando tudo o que eu queria, era ser possuída quando tivesse vontade, e não esperar por ele ou só quando ele tem vontade. Que ainda por cima tem pouca, percebes…

Andreia, é complicado... acredita, é mesmo muito complicado. Era bom dizer-te o que quero, ou o que devo fazer... eu só sei, é que há coisas que eu não quero.

E ultimamente, cada vez mais me capacito disso. Não fiques assim, desculpa lá estar aqui com estas conversas... mas preciso de desabafar.

Parece que às vezes me falta o ar, acredita.

O pior é que já ando assim há algum tempo, e nem consigo mais olhar para a cara dele. Ele? Ele anda aí como se nada fosse, mas sempre de trombas. Se queres que te diga, pouco me importa... não é desprezo, mas por mais que me custe: não quero saber como ele se sente!

Ele preocupa-se como eu me sinto... com as merdas que ele arranja, que me põem neste estado? Não me parece minha amiga... e o pior é que ele pensa: que só por dizer que me ama... me faz muito feliz ou que está tudo bem.

Sim, falamos... mas as coisas não estão bem e se tudo continuar na mesma, não mudam tão depressa. Pelo menos, até falarmos como deve ser.

No Trabalho

Eu gosto de ficar com tudo para mim… sei lá, dá-me tesão.

Olha, eu só ainda não fiz porque não calhou e acho que ele não é muito dessas coisas.

Mas porquê, nunca te falou nisso… ou é daqueles que faz uma covinha com as mãos?

Quê? De que é que estás a falar Ana?

Não sabes… quando eles se vêm, agarram naquilo com as duas mãos assim, e fazem uma concha para não saltar o esguicho.

Só tu para reparares nessas coisas.

Então não é… e põem assim as mãos quando se estão a vir, e o mais engraçado, é que ficam a olhar para nós com cara de parvos, como que a dizer: arranja-me um lenço, ou um pano qualquer.

Oh gaja, tu és um prato, só te digo.

A sério, hão-de reparar. E depois ficam todos atrapalhados e com cara de nojo da própria langonha, acreditas nisto?

Mas tens razão, tens razão! Uma vez o João, quando se veio também me pediu um lenço e eu disse que não tinha. Havias de ver como ele ficou… não-sei-quê, nunca vi uma mulher sem um pacote de lenços na mala… e agora o que é que eu faço.

Estás a ver… se tivesses engolido, já nada disso acontecia, não é?

E ele também estava a fazer aquela cena das mãos… como é que tu disseste Ana? A… como é que foi?

A covinha!

Isso…

Ou a concha, também serve.

Por acaso não, fui eu que fiz! Mas ele entra logo em stress… quer eu tenha lenços ou não. E vê se sujou as calças e se manchou os estofos do carro, e…

Pois, mas está-se a cagar se te sujou a roupa, ou se te acertou com algum jacto!

Ai, não posso… calem-se as duas!

Mas é mesmo isso! O cabrão só pensa nele, está-se bem a cagar se me sujou, desde que não tenha sujado as calcinhas ou a merda do carro.

Comigo os gajos estão descansados, não sobra nada… nem uma pinga!

Bem, tu és o sonho de qualquer homem.

Faço porque gosto. Adoro sentir o pénis a pulsar na minha boca e fica cá tudinho… é tudo meu!

Aposto que ias perguntar o mesmo que eu… Nunca te engasgáste?

Já, mas foi só no princípio. Agora quem se engasgam, são eles!

Bem, essa boca deve ser uma autêntica centrifugadora.

Ya… tudo o que entre já não sai.

Parvas! Dizem isso porque nunca experimentaram. Quero ver… nunca mais querem outra coisa!

Eu sei que mais tarde ou mais cedo, vou experimentar… mas ao mesmo tempo, não estou a ver o João a deixar. Não sei, ele às vezes é muito estranho.

Isso dizes tu amiga… vais ver: quando ele estiver para se vir, agarras-lhe naquilo com unhas e dentes… que ele nem consegue mugir, nem tussir.

Era bem feita… trincava-lhe aquilo, que ele ia ver!

Sabem que o Marco, uma vez tentou vir-se para a minha cara…

Espera, temos novidades desta sonsa!

Eu bem me parecia.

Vá lá, não sejam assim… senão não conto.

Conta, conta… estás desertinha, olha ela!

Estava eu a dizer…

Não amiga… estavas a fazer.

Oh!

Diz lá assim: estava a fazer um broche ao Marco. Vá, diz! Não custa nada, diz lá…

Olhem, assim não conto!

Está bem, conta lá… que coisa!

Estava a fazer um… broche, está bem assim… ao Marco. Perceberam agora?

Boa!

Vá, continua.

E ele, por acaso também se costuma vir para um pano ou uma toalha… um trapo qualquer, que esteja ali à mão.

Olha outro!

Xiu, deixa-a contar...

E então, ele disse que se ia vir… mas em vez de pegar no pano, apontou aquilo para mim.

Ah ah, foste baptizada, estou mesmo a ver…

Não, mas olha que foi por pouco. Só vi assim uma coisa branca a passar-me diante dos olhos…

Oh pá, lamento minha querida… mas o Marco tem mesmo má pontaria!

Espera… foi ele que não te acertou, ou foste tu que te desviaste? Não me digas que te desviaste?

Não, eu nem tive tempo de me mexer… só vi aquilo a razar-me a cabeça, e pimba… em cima do sofá da sala.

Oh tadinha da nossa amiga… então não é que o Marquinho precisa de afinar a pontaria?! Coitadinho… nem um gotinha te acertou… oh que chatice!

Mas porque é que eu vos contei? São mesmo parvas… parem!

Olha, se calhar era melhor ele usar óculos… pode ser falta de vista.

Ah ah ah

Em Público

Qual? Este da esquerda… o das calças de ganga azuis? A sério? Não sei porquê, mas não tem nada a ver contigo. Para te ser franca, nem com ninguém.

Está bem, está bem… se queres que também te diga, nem sei porque te contei. Olha eu gosto, ponto final! É para mim, não é para ti…

Podes ficar com ele todo, estás à vontade… mas aviso-te já: que depois não te queixes.

Mas alguém se estás a queixar?

Não estás agora, mas vais ver que depois me vens dizer: que afinal era pouco!

Vai te foder… sempre com as tuas merdas.

Sempre com as minhas merdas não… já olhaste bem para o gajo? Com aquelas calcinhas assim em baixo, parece vai para as cheias com as calças arregaçadas daquela maneira.

Opa, está bem. Deixa lá isso… nem sei porque é que estás tão preocupada, o problema é meu!

Tens toda a razão, é mesmo teu… livra-te!

Que gracinha… tão engraçada que estás hoje. Olha, e o teu Luís, como é que ele é… conta lá.

Que foi… não estás a comparar pois não? Trabalhos me dessem… Só podes estar a gozar! Mas porque é que eu te estou a dar trela? Se queres conhecer o gajo, vai lá… estou bem a cagar. Quero lá saber!

Só estou a dizer isto porque o Luís não é propriamente um gajo bom… daqueles que uma mulher fica apanhada.

Oh minha amiga, se queres saber… eu não ando com ele porque ele é giro ou não, sabias?

Ai é, então é porquê? É uma excelente pessoa, queres ver…

Não cara amiga, não é isso… aliás, também isso. O Luís caso não saibas, é um homem espectacular… e não é só. Ele é muito bom na cama, sabes. Mesmo muito bom, se queres realmente saber….

Eu não, nem tenho nada a ver com isso. E por essa ordem de ideias: quem te diz que aquele gajo também não é? Só porque usa as calças arregaçadas… que eu sinceramente, nem acho tanto assim, tal como tu dizes.

Está bem, olha… fazemos assim: eu fico com o Luís e tu ficas com aquele. Está bem assim… podemos parar com a merda da conversa?

Que eu saiba, foste tu mesma que começaste.

Está bem, mas agora quero acabar porque já me está a cheirar mal. Pode ser?

 

Um abraço...

SHAKERMAKER

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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