Quarta-feira, 16 de Março de 2005

OS OPRIMIDOS

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Hoje vamos conversar…

Estive a ler umas coisas que o Luis Sepulveda escreveu, sobre paixões proibidas... não sei bem para quê, o tipo só diz merda e ainda para mais, parece convicto do que fala. Este escritores sul americanos dum raio, pensam que sabem tudo só porque vendem milhares de livros. Tenho procurado na internet artigos sobre o género, mas só me tocam é tarados... e desviados sexuais. Eu não sou nenhum pervertido e muito menos um pedófilo... mas tenho medo que os outros pensem isso. Na verdade, eu tenho medo só de pensar nisso.

Nunca tive essas tendências e a miúda já tem dezasseis anos...

Pois, só tem dezasseis anos... onde é que tu andas com a cabeça, Mário? Mas até nem é crime, segundo o código penal... se bem que, mesmo assim, posso ser imputável. Acho eu, não sei. Mas também, não é caso disso... eu nunca toquei na rapariga. Ah, mas gostava... como eu gostava de lhe tocar. Quero tanto tocar-lhe.

É difícil pensar nisto, e não sei se é a beleza ou a pureza... ou o corpo.

Não gosto da palavra pureza, pois nem sei se ela é virgem... Estou a divagar, claro que ainda é virgem... a minha filha também é, que disparate! Mas é que estes putos de agora são uns tarados, não têm respeito pelas raparigas... só querem sexo e foder a torto e a direito. No meu tempo não havia nada disto... havia respeito, e para ir para a cama com uma miúda da nossa idade, era preciso passar algum tempo.

E se ela, não é virgem?

Já reparei que por vezes, sorri para mim. Bem, não é propriamente um sorriso casual ou amistoso... ela sorri-me, e ás vezes com ar de gozo. Ou então, não é nada disso... e acho que isto está-me a subir à cabeça. Afinal, o que é que estou aqui a fazer... isto tem que parar! Calma Mário... não me devo martirizar assim, não é caso para isso. Ok, a miúda tem dezasseis anos e é colega da minha filha. E eu estou aqui à espera que as duas saiam das aulas, para as levar a casa. Ando completamente apanhado pela miúda... que tem a idade da minha filha.

Porra, não posso... isto está-me a consumir por inteiro.

Eu sou um tarado e um péssimo exemplo para a minha filha. Só a venho buscar para ver a colega dela... para olhar para o cu da miúda, e reparar nas mamas que ainda lhe estão a crescer. É isto que venho aqui fazer... é por isto que aqui estou. Merda! Sinto-me nojento, foda-se! Ainda para mais, minto... e minto a mim próprio, minto à minha própria filha e à minha mulher. Sou um mentiroso, um tarado de merda... tenho vergonha de mim! É difícil esta situação… porque se eu parasse por aqui, o que é que acontecia?

Nada! Não seria coisa, que me atormentasse o resto da vida.

Provavelmente, esquecia-me da situação, e também da rapariga. Pois claro, mas que merda… porque é que eu sou assim, tão complicado? Tem dezasseis anos, pronto... é algum crime olhar para uma jovem desta idade? Claro que não… oh, caguei na porcaria dos meus pensamentos. Vou levá-las a casa e vou mentir descaradamente. Tal como na sexta-feira passada… vou dizer que tenho que ir até à Graça, e que por isso a levo, depois de levar a Cláudia a casa. É isso… uma mentirinha de nada, que não vai fazer mal a ninguém. Mas que vai permitir que leve a Sofia, sozinha… sem ninguém a chatear, tal como eu quero.

Ela até gosta de conversar comigo, e eu com ela.

Assim, até aproveito para saber se já tem namorado e essas coisas todas. Era bom que ela trouxesse uma daquelas saias curtinhas… pois vê-se as pernas todas. No outro dia consegui ver-lhe as cuecas… é da idade, ainda não sabe cruzar bem as pernas. Ou então, nem se apercebe que eu posso olhar. Mas quem sabe, se até já reparou e gosta que eu olhe. Ela é sabida, a miúda… hoje vou puxar por ela. Vamos lá ver se tem namorado, ou se já teve, ou mesmo se fez umas coisas com ele… vamos tirar isso a limpo. É assim mesmo Mário… levas a tua menina a casa, e depois vais galar a colega dela até à Graça. Oh se vou… olhar para aquelas mamocas, ainda em fase de formação do molde. Como eu gostava de lhe apalpar os seios de menina, de acariciar-lhe as coxas e sentir o seu cheiro a colónia. Na verdade, ela nem usa perfume penso eu, mas tem um cheirinho tão bom… tão fresco, mesmo próprio daquela idade.

Dezasseis anos… afinal, é uma boa idade para uma mulher.

Uma mulher, com corpo de menina… com comportamento de uma miúda, dessa idade. Fico duro só de pensar nela… vou o caminho todo erecto e sequioso de lhe tocar. Como seria bom tocar-lhe… mas acho que um dia destes, vai-se proporcionar. Tudo tem o seu momento certo, e mesmo hoje, ela vai começar a vir no banco da frente. Já estou a imaginar, como vou arranjar maneira dela sentar-se aqui… junto a mim. Assim vai ser: paro o carro e peço-lhe para se sentar a meu lado. Se vamos conversar, como ela pensa, irá achar normal que eu prefira que se sente aqui na frente. Ela é uma miúda esperta, vai entender de imediato o meu pedido.

Hoje vamos conversar… minha diabinha de saias curtas.

Tal como o papá da tua amiguinha gosta… bem curtinhas. Tão curtinhas, que dão para ver as cuequinhas. Vamos lá ter a nossa conversa, e hoje bem de perto. Foda-se, sinto-me tão porco quando falo assim… e tão envergonhado quando penso em mim. No fundo, eu sei que sou boa pessoa… mas às vezes tenho sérias dúvidas, se pretendo continuar a ser.

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Não fazem a mínima ideia…

Que confusão que me fazem estas gajas. Há dias em que não tenho pachorra nenhuma para as mesmas conversas… por sinal, bem parvas como de costume. São tão putinhas as minhas colegas, e nada mais do que isso. Elas sabem lá o que é ser puta, o que é ser fodida… mas mesmo bem fodida. Tenho pena de vocês, míseras vacas que pensam que têm lá em casa, um grande boi de cobrição. Elas sabem lá, o que é serem enrabadas como se não houvesse amanhã… como se a dor, fosse melhor do que o prazer de foder.

Aquelas duas são tão estúpidas, que até mete dó.

Sentem-se tão seguras da sua sexualidade, como eu sei quem me vai comer amanhã. Não fazem a mínima ideia… A parva da Susana pensa, que só por levar no cu, é uma grande maluca. Põem-se todas em seu redor, a ouvir as suas histórias, de como é mal enrabada pelo namorado. Tristeza... e as outras saloias batem-lhe palminhas e fazem perguntas ainda mais idiotas, do que as idiotices que ela conta. Haja paciência para aquela coitada… para ela, e para a Dulce. Outra que tal, estúpida, estúpida, estúpida… que até sinto pena dela. Todas as semanas, chega ao escritório com uma nova: o Octávio fez-me um minete, o Octávio vai-me ao cu mas também gosta que lhe ponha um dedo no cu… o Octávio é um grande mariconço, é o que é! Tadinho do Octavinho, eu até o entendo… com uma gaja destas, um gajo bem se pode atravessar.

Foda-se, que gaja tão estúpida.

Ela é mal empregue, pois tem um cu que merece ser castigado. Mas a sério, por um homem a sério. O Rui é que lhe partia aquilo tudo… e ele gosta de rabinhos assim, em forma de coração. Oh Dulce, tu sabes lá o que é ser enrabada pá… No dia seguinte nem conseguias chibar-te às tuas amiguinhas, nem te conseguias sentar atrás da secretária. Ficavas sem fôlego para abrir essa bocarra alcoviteira, e com o quadril feito-num-oito. Aposto que até o Octávio iria gostar… pois já são tantas as vezes que lhe pões o dedo no cú, que ele já deve estar ansioso por uma coisa maior. E a do Rui, enchia-vos as medidas… oh se enchia!

Vocês sabem lá, o que é encherem-vos o cu de carne...

O que tem piada em toda esta treta, é que elas pensam que eu sou uma sonsinha, que acabei de vir das bêrças… Isso dá-me gozo, mas ao mesmo tempo dá-me vontade de lhes contar como fodo, e como gosto de ser fodida. Mas não… não vou cair nessa asneira. Estou-me bem a cagar para o que pensam de mim, e prefiro deixá-las pensar que sou muito acanhada e que não falo das coisas íntimas. É como elas dizem: coisas íntimas. E depois riem-se, as parvas. Como se aquilo que fazem na cama, merecesse tanto destaque... Confesso que gostava de ver a cara delas, se lhes dissesse que gosto de enfiar vasilhame pelo cu acima. Ou que sou amarrada e torturada, com cigarros e cera quente. E que gosto de flagelar golpes no corpo de um homem, com esporas de aço ou crinas de cavalo… Não só ficavam de bocas escancaradas, como achavam que eu seria uma louca, uma puta devassa e perdida. Perdida eu… vocês é que estão perdidas, quando pensam que encontraram uma boa foda.

Contentam-se com pouco, pensado elas que têm muito…

Ainda agora estão no início, mas também duvido que ousem avançar por mais além. Para elas bastam-lhes umas enrabadelas e outra tantas chupadelas, mas a mim, não… isso já nem me diz nada, comparado com o prazer de sentir dor e causar prazer, em quem faço doer. Não me conhecem homem fixo e quero que continue assim, pois eu também não quero conhecer nenhum. Pensam que sou uma mulher frígida e com falta de sexo… deixo-as pensar assim, quero lá saber! Por mais que, por vezes me apeteça contar, elas não iriam compreender. Da mesma forma que ninguém entende, nem mesmo alguns parceiros que tive, ou outras pessoas que são adeptas de sodomia e bondage como eu. Às vezes penso, que só o fazem por fazer, e não por prazer.

Não se entregam como eu me entrego… 

Inteira e por completo, como me dá prazer... como tem de ser. Há quem o faça por denominação e não tanto por submissão, mas quem esteja disposto a ser ambas as coisas, é difícil de encontrar. Nem mesmo o Rui, que me faz sentir mulher, mas que nem sempre se quer sentir homem… pensando ele que o está a fazer. No princípio excitava-me o facto de ter uma sexualidade diferente e tão intensa, e ter plena satisfação por me sentir obstinada e segura do que fazia. Reconheço que agora, não é tanto assim… falta-me qualquer coisa. É a mesma sensação que tive quando me iniciei no BDSM… na altura faltava-me algo, e entreguei-me de corpo e alma. Agora também me falta qualquer coisa… embora não me impeça de todo, em continuar a minha sexualidade, como gosto. Mas além do prazer de sentir o meu corpo marcado e resignado pelo meu desejo, deparo-me perante um vazio... que outrora estava ocupado.

E em certa medida, a culpa é destas vacas que trabalham comigo…

Não é só pelas histórias dos maridinhos e das suas fodazinhas, mas pela normalidade em que vivem. Coisa que eu não suporto e abnego em absoluto, mas com a qual me identifico. As minhas opções sexuais não se compadecem com a vida que gostava de ter, e ao ouvir as conversas delas, descobri isso. Eu queixo-me da estupidez destas gajas, mas eu não perco o que falam umas para as outras, nem por nada. Eu quero saber tudo... quero saber o que fazem a Dulce e o Octávio na cama, e também no fim-de-semana. Quero saber como está o bebé da Susana e em que dias, ela leva na peida. Parece que quero estabelecer, qualquer espécie de ligação com o mundo onde vivo. Um lugar ao qual não pertenço, e de certa forma me escondo.

Eu sei que o Rui nunca me vai comprar rosas, a não ser com o intuito de mas enfiar na cona e cortar-me com os espinhos. Eu sei disso, mas quero mais do que isso. Eu sei que ele sabe, que é assim que eu quero... mas duvido que consiga dar-me mais, quando assim espero. Há quem viva como eu, e seja feliz assim… mas há quem pense que sou feliz, sem saberem nada de mim. Eu quero continuar a suportar a dor... mas é cada vez  mais difícil suportá-la, quando o faço sem amor. E eu sou mais do que aquilo, sou alguém que sabe o que quer… gosto de ser submissa, mas gosto mais de ser mulher.

 

Um abraço

SHAKERMAKER

 

Este é mais um capítulo do romance que escrevo, baseado em coisas que me chegam aos ouvidos, por quem não sabe manter a boca fechada. Tanto eu, como eles. Para que conste, intitula-se: " Eu perverso, me confesso ".

 

 

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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