Quarta-feira, 20 de Abril de 2005

ENQUANTO AMAR ASSIM

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A minha explicação ou a forma mais simples de descrever o que aconteceu, será dizer que não tinha que acontecer. Pelo menos prefiro acreditar que foi isso. Agora e com a distância que o tempo impôs, tenho quase a certeza que foi essa a razão. Naquela altura pouco mais ambicionava do que foder sempre que me apetecesse foder. Era assim que vivia e era dessa forma que escolhia quem me fodia. Agora posso dizer que nessa altura era feliz… agora que descobri que quando deixou de ser assim, a minha felicidade quase perdi. Eu queria mais, sem saber o que é ter tudo e não saber o que fazer. Pois é muito fácil dizer que queremos ser felizes, quando não sabemos o que isso realmente quer dizer. Então houve um dia em que aconteceu. Há sempre um dia em que tudo é tão intenso, que nem nos apercebemos que a partir daquele momento deixamos de escolher e passamos a ser escolhidos. Foi precisamente o dia em que o conheci.

Ele era um homem bonito e tenho a certeza que agora é muito mais. Aquele tipo de homem será sempre bonito porque tudo o que sentimos quando estamos com ele, belo se nos apresenta e lindo nos parece. Quando nos conhecemos, fodemos. Enquanto o conhecia, fodia. Despedimo-nos com mais uma foda. Nesse dia pouco consegui saber sobre ele, além de como fodia. E que bem que ele fodia… que bem que me sabia a maneira como me comia. E comeu-me como nunca tinha sido comida. Aliás eu nunca tinha sido comida… pelo menos assim. Andei três dias sem me aguentar nas pernas, mal me mexia. Sentia-me violada, e mal eu sabia como me sentia comparado com o que ele me iria fazer sentir. Depois daquele encontro, pensava eu que tinha cometido uma loucura… a minha primeira loucura. Estava fascinada mas ao mesmo tempo enganada. Aquilo tinha sido apenas o princípio do que me iria acontecer. Foi somente o dia em que o conheci.

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Magoou-me dessa vez. E não me lembro de que tenha sido bruto, mas na verdade quando estava com ele, não distinguia se me batia ou se me fodia. Era como levantar os pés do chão e perder todo o contacto com a realidade… sem saber por onde caminhar. Ele pegava em mim e eu deixava. Não sei se tinha confiança ou se era medo… mas sentia-me despojada de vontade própria, como se perdesse todas as minhas faculdades. Nesse segundo encontro foi-me ao cu e apesar de ter sido a primeira vez que fui enrabada, fiquei com a sensação que já o tinha sido muitas vezes. Perdi a conta nas vezes que ele me enrabou, nas vezes em que se veio e nas mesmas em que provei-o. Era como se eu não soubesse fazer outra coisa… como se não houvesse nada mais para fazer do que estar ali de quatro. Ele não dizia nada, eu também não. Só abria a boca para o chupar e quando encostava os maxilares, era apenas para ranger os dentes e não vacilar. E não vacilei na segunda vez em que o vi.

Deste segundo encontro foi um instante até ao último, e até o primeiro se depara distante e difícil de recordar. A intensidade das nossas fodas foi esbatendo-se. Nem ele me fodia como antes o fazia, nem eu sentia como antes o queria. E tudo isto porque um dia deitámos tudo a perder. Ele disse que me amava e eu disse que sentia o mesmo. Queríamos mais do que aquilo, mas tudo aquilo era quanto tínhamos. De que nos valia sentir amor um pelo outro, se agora sentíamos o mesmo. Como era bom ser fodida por quem nos quer foder… por quem nada sente para além do prazer. Não valia a pena abrir a boca e deixar escapar as palavras que sentia por ele… era bem melhor engolir e não perder o que ele ejaculava por mim. Ele não pensou como eu e nessa ultima vez não me quis encher a boca… olhou para mim e disse-me mais uma vez o que sentia, mesmo depois de saber o que eu queria. Mais uma vez não vacilei e foi a última vez que o vi.

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Lembro-me muitas vezes deste nosso último encontro, talvez por ser o mais importante de todos. Não por ter sido a última vez que estive com ele, nem pela última vez que fodemos… mas por ter sido o único em que demos demasiada importância a tudo aquilo que nos estava a acontecer. Tudo aquilo que aconteceu e não devia ter acontecido. Pelo menos assim… e não falo só por mim, mas sim pelos dois. Éramos felizes até então, sem nos apercebermos do quanto poderíamos ter continuado a ser. Antes tudo era sexo, agora queríamos fazer amor. Outrora fodiamos, desta vez queríamos ser amados. Tudo isto porque não soubemos dar valor ao que nos aconteceu… por pensarmos que o melhor ainda estava para vir. Caímos no erro de pensar que só nos faltava amar. Errámos ao pensar, que entre nós iríamos encontrar o que estávamos a procurar. E o amor é uma doença quando neste pensamos encontrar a nossa cura. De que vale a pena pôr em causa a nossa felicidade, quando só queremos foder na verdade. Eu errei quando amei, e voltarei a errar… enquanto amar assim.

 

Um abraço...

SHAKERMAKER

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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