Quinta-feira, 26 de Maio de 2005

NÉON

Faz de conta que não me conheces e vem comigo. Gosto do reflexo magenta nos teus cabelos e de como os seguras para que te dispa o vestido. Quero que o deixes cair a teus pés enquanto me ajoelho para tos libertar. Vê como te acaricio os tornozelos sem que me aperceba que estás a observar. Enquanto encostas o teu ventre no meu rosto, vou fazer os possíveis para não entender o que queres. Corrige-me se me enganar no caminho que conheço de cor.

Não reconheço o teu perfume, nem tu sabes a que cheiro e ambos temos o mesmo odor. Não temos nada a temer que não seja um ao outro... Sem medo de querer ou receio de foder.

Tal e qual merecesse o castigo, aperta-me a cabeça entre as tuas pernas. Adoro os teus olhos quando iluminados por um brilho azulado. Arqueias sempre as coxas sem dares conta que o fazes. Sabes a mar salgado com ondas amargas num leito doce. Assim como uma chuva de Verão, tão súbita como repentina... Deixas-me a boca molhada como uma enxurrada de Inverno. Mordes os lábios sem que perceba o quanto gostaste, mesmo depois de mo dizeres. Os teus gestos lentos percorrem o meu corpo como uma brisa e atingem-me veloz como um ciclone.

De joelhos dobrados diante de mim, tremem-me as pernas perante ti. Enquanto o meu corpo estremece, desaba um pouco de mim… que cai por cima de ti, aos poucos.

Com a luminosidade dourada do teu corpo encandeias-me o rosto. Sopro na tua chama que não se quer apagar, e de cada vez que perco o fôlego acabo por me queimar. Ao mesmo tempo que me encosto em ti, nem por um momento te afastas de mim. Soltas gritos de prazer sem sequer soltares um som, que abafo no meu corpo para não ter de os ouvir. A minha lenha arde em ti e na tua fogueira incendeias-me assim. Em galope no meu ventre, fazes crinas do meu peito... e em trote na minha sela, vergastas o meu dorso.

Nunca me sentiste, da mesma forma que não te sinto... Mas sinto-me bem contigo quando te sentes bem comigo.

Vem até mim deslizando pelos lençóis e deixa esta luz alva iluminar o teu rosto. Pousa o teu peito no meu e deixa os teus mamilos eriçarem-me os pêlos. Conta-me o segredo que te confiei ao ouvido, sem dizer quem to revelou. Assim sussurrado... para que eu tenha que te pedir que o digas mais alto. Mergulha os teus dedos na minha cabeça e deixa que os meus cabelos te molhem. Assim como o meu desejo fosse água que escorre pelos teus braços.

Não existe nada entre nós sem ser o ar que respiramos... Mas podemos imaginar que sentimos amor. Sob luzes de néon nada temos a perder, nem por quem nos perdermos, quando fodemos.

 

Um abraço...

SHAKERMAKER

 

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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