HONKY TONK WOMEN

Eras tão pura antes de te deitar as mãos, e toda a beleza que trazias dentro de ti dissimulou-se num quarto escuro.

Agora só transpareces num fosco, a menos que te ilumine e tornes a brilhar, apenas para mim.

Nunca conheceste amor nem sequer o seu amargo mas descobriste que um não passa sem o outro.

Sabes que podes provar um pouco para que não magoe tanto e depois dizer-me como preferes que to faça.

E quando a tua trama se precipita nos tornozelos, as minhas promessas tornam-se mentiras e tu obedeces.

Quão bem preparas o voo minha frágil Mariposa...

Foste esquiva enquanto pudeste ou assim o quis, e toda a cor que tingia o teu corpo desbotou-se num tom sombrio.

Agora não és mais que um vulto insípido, a quem falta um espectro de luz para se reanimar, somente para mim.

Não percebes o que quero de ti nem porque tens medo de mim mas consegues prever-me os pensamentos inoportunos.

Sabes que podes tentar fugir mesmo sem ter para onde ir e logo dizer-me onde te encontrar.

E quando ficas sem fôlego com o sufoco que te provoco, voltas para te sentires viva de novo.

Que bom te sabe mais um voo minha débil Mariposa...

És parca em palavras perante mim, e toda a angústia que não sai da tua boca esgotou-se num sono profundo.

Agora estás molesta na tua inquietude, como quem se resigna e desiste de lutar, perdendo para mim.

Não fazes por parecer que és forte nem jamais te entregas rendida mas permaneces maviosa no leito esperando que to pergunte.

Sabes que fico impaciente quando não decifro a tua mente e não te sinto o receio.

E quando penso que ignoras o acerbo que te rejo, alongas as asas sobre o meu peito.