Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006

AS MULHERES DE BACO

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ATENA

Afrodite é mesmo assim, e sempre admirei toda aquela confiança e a maneira como encara tudo e todos sem a mínima preocupação com o que faz ou deixa de fazer. Não é que concorde com tudo o que ela tem feito mas aprecio a sua conduta e a forma como encara as contrariedades da vida. Eu não era capaz de abdicar de um homem como Ele só porque este se imiscuiu com outra mulher. Afinal, nem todas podem ser nossas promíscuas e comungar do nosso relacionamento. O pior é que agora não sei o que fazer ou sequer o que lhe dizer quando este me procurar. Não sei se a devo persuadir para conversarmos as duas, pois ela é o elo da discórdia e a principal causadora de todo este constrangimento entre nós. Se ao menos soubesse ao certo se ela tem mesmo razão ou será somente mais um dos seus caprichos, seria bem mais fácil lidar com toda esta situação. Também não me posso esquecer que de certo modo fui preterida em dar a minha opinião. Ela preferiu contar-lhe o que realmente se passou e justificar o seu comportamento para que, depois mais tarde, esta me desse as más noticias. Não é que eu me importe por aí além, mas elas de há um tempo para cá estão cada vez mais próximas e eu cada vez mais aparte. Ele nunca fez distinção entre nós mas agora não sei como vão ficar as coisas entre eu e Ele…Contudo, se bem o conheço, amanhã passará por cá para me foder. Só de pensar nisso, sinto um aperto no coração pois não sei como abordar a questão entre nós, ou porventura entre eles. Além disso, faz-me confusão como é que ela vai recebê-lo hoje, agora que a sua confidente preferida cortou relações com o nosso mais-que-tudo. Não acredito que vá pelo mesmo caminho, até porque ela não perde um bom deboche como só Ele sabe fazer. Estou para ver como vai ser no dia em que era suposto fazermos o nosso habitual festim. Será que ela vai reconsiderar, ou seremos apenas nós os três?

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ARTEMIS

Atena é igual a si própria, mas não posso descurar a hipótese de ser ela a tirar os maiores dividendos com toda esta situação. Tem tanto de insegura como de inteligente e a sabedoria suficiente para com aquele seu ar complacente se aproximar bastante Dele. Ela nunca foi de dar ponto-sem-nó e aposto que amanhã o vai consolar mais do que lhe é devido. Eu avisei-a que a sua atitude nos iria prejudicar e mesmo sendo sua amiga, não posso abdicar do nosso relacionamento. Se ela insistir em prosseguir com isto para a frente, vou chegar a um ponto em que me tenho de afastar pois não quero perder tudo aquilo que conquistámos. Em parte, compreendo algumas das suas razões mas também já lhe frisei que quando tudo isto começou, as circunstâncias eram aquelas e todas concordámos em aceitá-las. Ela sempre foi livre em abandonar-nos por sua livre vontade mas também está obrigada por tudo aquilo que nos une, em justificar as razões do seu abandono. Não é à toa que somos parte oculta de um segredo bem guardado, e por isso, a nossa sexualidade deve ser sempre salvaguardada e o nosso safismo acautelado. No fundo, penso que ela compreende que são as nossas vidas que estão em jogo, tal como a sua também o está. Decerto, quando a sua fúria amainar e a razão lhe der conta do sucedido, ela tomará a posição mais sensata, quer fique quer se afaste. É claro que espero que fique, até porque sempre fomos um todo e todas somos importantes para manter esta relação. Porquê dissipar algo que nos completa e nos dá prazer, agora que atingimos a plenitude da nossa entrega, de todo o nosso hedonismo... Seria um desperdício relegar tudo o que alcançámos em detrimento de nada que nos deva afastar. Mesmo numa relação inconveniente como a nossa, deve prevalecer o bom senso para não se deitar tudo a perder. Aquela meretriz preocupa-me, o que será que ela pretende fazer?

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AFRODITE

Artemis é uma grande amiga, mas demasiado convicta nas suas crenças pessoais. Ao ponto de não sucumbir perante as adversidades, quer estas a prejudiquem ou não. Eu não sou capaz de ser conivente com algo em que não estou de acordo ou simplesmente ignorar quando o mesmo não me agrada. Lembro-me, como se fosse hoje, quando tudo isto começou... Quando todas celebrámos um pacto com Ele e no qual, o próprio, concordou com os limites impostos por nós. Afinal, serei só eu que ainda tenho boa memória ou serão elas que fecham os olhos fingindo que se esqueceram... A mim parece-me que se perdeu o cerne de tudo isto, que nos estamos a afastar de tudo aquilo a que nos propusemos desde o inicio. Ser libertina não é ser concubina, e estar disposta não é o mesmo que estar obrigada. Sendo assim, não vou ser tolerante com tudo o que Ele faz e aceitar tudo quanto quer. Se Ele quer ser promíscuo com outras mulheres, então não faz sentido manter esta relação connosco. Ainda não tive oportunidade para falar com ela e saber o que pensa sobre a minha posição… Embora algo me diga que ela não se importa e está disposta a virar as costas perante o sucedido. Infelizmente, também estou certa que ela vai acabar por fazer o mesmo, por mais que esteja do meu lado e me queira apoiar. Elas sempre se excederam na indulgência do seu comportamento, aceitando tudo o que Ele quer, mesmo não estando de acordo. Afinal, sou eu que invoco a rebelião na nossa relação e aos seus olhos sou a cabra reles que os está a abandonar. Confesso que já estive mais convicta na minha postura, porém não vou tomar nenhuma atitude sem esclarecer o assunto entre todos. Além disso, preciso de tranquilidade pois ando com os nervos à flor da pele. Talvez porque preciso de uma boa foda para assentar as ideias e por fim ao turbilhão que me assola na mente. Onde será que ela está, agora que preciso dela?

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ARIANE

Baco é um homem dissoluto, demasiado devasso para quem não desregra em prazeres carnais. Por demais excêntrico e com laivos hereges, sempre dominador e de costumes ímpios. Ergue um cálice como quem toma um corpo e de cada trago saboreia um orgasmo. Para si, as mulheres são como as uvas, e quanto mais as pisa, melhor proveito lhes tira. Tem poder e riqueza, uma posição na vida e complacência nos excessos. Conhecemo-nos numa brava crapulosa, quando fui ao seu encontro e o saudei num brinde lascivo. Não mais tirou os olhos de mim, e para cada recanto eu fosse, o seu olhar seguia-me atento. Por fim tomou-me e obrigada cedi. Porém, nem todo o meu cortejo é suficiente e não vejo a hora de me livrar das suas amantes. Chama-lhes bacantes, mas não são mais do que rameiras emproadas e meras marionetas a seu bel-prazer. Contudo, tenho que pôr um fim às suas parceiras orgíacas, principalmente Afrodite, por quem nutre uma tesão exacerbada. Se o afastar desta, não tardarei muito a separá-lo das outras e assim confiná-lo para mim. Reconheço que ela tem as suas armas e não é fácil medir forças com uma mulher tão volúpia e graciosa. Ele sucumbe perante a sua sensualidade e não lhe resiste aos encantos. Não posso ignorar Artemis pois esta tem tanto de leviana como de guerreira e não vai abrir mão do seu homem sem lutar por este. Atena tem no ponto forte toda a sua tenacidade e não posso ser displicente diante da sua habilidade em cativá-lo. Juntas são poderosas, mas basta uma ceder para que as outras não tardem a vergar lentamente. E eu vou estar por perto quando a corrente quebrar, esperando pelo momento certo para subjugar o seu desejo. Estou disposta a tudo para destroçar o seu grei hedónico e acabar com os seus bacanais... E para tal, conto com o meu maior trunfo, a sodomia pura e dura. Até que ponto terei importunado as relações entre as putas e Baco?

 

Um abraço...

SHAKERMAKER

 

Dedicado a um leitor aplicado do HTW...

Caro amigo ZUKO, comparativamente a si, Baco era apenas um menino de coro. Bem-dito sois vós entre as Mulheres!

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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