Terça-feira, 10 de Outubro de 2006

RÉPROBO-FACÍNORA

As mulheres são como os dias da semana pois há sempre uma que me dá mais jeito do que outra e aos fins-de-semana descanso com as mulheres que me dão sossego. Sempre que digo isto a certas mulheres, estas encolhem os ombros porque pensam que estou a falar das outras sem saberem que me estou a referir a elas. E as mulheres têm destas coisas, umas mais outras menos, e talvez seja por isso que não consigo estar longe delas por muito tempo. Além disso, são muito mais inteligentes do que eu, embora não tenham nada para me ensinar ou pelo menos nada que eu queira aprender sob pena de me julgarem estúpido por não saber. Depois vem o tempo que me ocupam, demasiado tempo para quem passa os dias ocupado com mulheres que se ocupam também comigo. Sinceramente, não creio que seja possível enganar uma mulher mesmo quando estou nos braços de outra que por sua vez também se torna impossível enganá-la quando digo que não tenho outra mulher. Gostava de poder dividir as mulheres por categorias sem que elas soubessem que as estou a catalogar, até porque não gosto de rótulos. Eu preciso duma mulher para foder, doutra para ver e ainda duma para saber.

As mulheres que sabem não julgam e sentem-se especiais por lhes revelar um segredo, embora eu saiba que mais cedo ou mais tarde servirá como arma de arremesso na minha direcção. A menos que não me deite com elas e abdique também de ter um segredo comprometedor das mesmas. Até hoje, não tem sido preciso abdicar de nada e sinto-me perfeitamente confortável com as chantagens de que sou alvo. Afinal, na cama resolvem-se a maior parte dos nossos problemas mas há que saber deixar os lençóis para trás no momento certo sob pena de escutarmos o nosso nome de boca em boca com lábios pintados. Gosto das que se limitam a esperar, daquelas que posso ver quando quero sem que contudo esperem que as foda. Não lhes devo nada nem elas me devem sequer um sorriso pois encaram tudo como normal e não se alarmam com investidas sem aviso. As que esperam ser fodidas fazem jus ao seu nome e colocam-me sob pressão desnecessariamente. Se ao menos estas soubessem o que é estar rodeado de mulheres vinte e quatro horas por dia talvez não me atazanassem tanto o juízo. Eu preciso duma mulher que me oiça, doutra que me compreenda e duma que me encaminhe para outra mulher que conheça mulheres.

As mulheres que me dão bons conselhos têm um lugar especial no meu coração, talvez mesmo um ventrículo inteiro, embora quando esteja com pouco espaço tenha de expulsar umas quantas. Conforta-me saber que não precisam de mim mas que gostem que lhes diga que sou eu que preciso delas e assim sempre me dão uma boa oportunidade para lhes mentir sem contudo se importarem muito com isso. São desprendidas, algo que invejo pois não consigo mas que curiosamente fui eu que lhes ensinei. Gosto das que me compreendem e acenam que sim mesmo que no seu intimo pensem que não. Acima de tudo, são conhecedoras do meu comportamento, são falsas por excelência e mentem com competência. É sempre bom quando me abraçam no fim de cada conversa como quem perdoa se as tivesse ofendido ou quando agradecem depois de as ter fodido. As outras deixam-me nervoso pois não fazem outra coisa que não seja escutar-me, embora eu desconfie que não me prestam qualquer atenção. Eu sei que não tenho qualquer significado para elas, nem para nenhuma. Eu preciso duma mulher que me perdoe, doutra que me chore e duma que me faça um funeral decente.

Um abraço...

SHAKERMAKER

honky tonk women por shakermaker às 00:00
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